Vamos começar o texto de hoje de uma maneira diferente.
Imagine uma situação hipotética na qual você é o fundador de uma startup de tecnologia promissora, que desenvolveu um software inovador.
Sua empresa tem crescido rapidamente, com muitos clientes satisfeitos e investidores interessados em financiar sua expansão.
No entanto, você sabe que a preparação para uma oferta pública inicial (IPO) é um processo demorado e exigente, que requer muitos recursos financeiros, legais e contábeis.
Além disso, você não tem certeza se sua equipe tem a expertise necessária para lidar com esse processo.
É aí que entra o conceito do artigo de hoje: o que é flip? Quais são as vantagens em adotar esse tipo de transferência? Continue a leitura para entender melhor sobre esse assunto!
Confira os tópicos deste artigo.
Sumário
ToggleO que é flip?
Em um cenário de crescimento e inovação constante, as startups se destacam como empresas que buscam soluções inovadoras para problemas diversos, muitas vezes utilizando tecnologias e modelos de negócio disruptivos.
Contudo, para que uma startup se torne uma empresa estabelecida e rentável, é necessário superar diversos desafios e obstáculos ao longo do caminho.
O flip é um termo usado para descrever o processo de transferência de toda a propriedade de uma empresa brasileira – que já possui um CNPJ estabelecido – para uma nova empresa a ser criada no exterior.
Esse processo é comumente utilizado por empresas que desejam expandir seus negócios para outros países ou que buscam uma estruturação mais eficiente de sua organização.
Após a criação da holding, é necessário transferir todas as ações da empresa brasileira para a nova holding no exterior.
Esse processo pode ser feito por meio de um câmbio simbólico, ou seja, uma transação que envolve a transferência de ações de uma empresa para outra, mas que não envolve diretamente dinheiro.
Assim, a empresa brasileira passa a ser controlada pela nova holding no exterior, e os proprietários da empresa recebem participações acionárias na nova holding em troca das ações da empresa brasileira.
Agora que você compreendeu esse conceito, voltemos à situação hipotética.
Continuando…
Para alcançar os objetivos e metas, a empresa decidiu realizar o processo de flip.
Para isso, primeiramente, a empresa cria uma nova empresa nos Estados Unidos, uma holding registrada em Delaware.
Em seguida, os proprietários da empresa transferem todas as ações da empresa brasileira para a nova holding, por meio de um câmbio simbólico, ou seja, passar as ações da empresa brasileira para Delaware e adquirir, na troca, a participação acionária da holding nas Ilhas Cayman.
Com a conclusão do flip, a holding se torna a proprietária da sua empresa e seus proprietários recebem participações acionárias na nova holding.
Como resultado desse processo, a empresa passa a operar sob as leis americanas e pode se beneficiar de uma legislação tributária mais favorável nos Estados Unidos.
Com a estruturação da empresa por meio do flip, a startup agora tem uma posição mais forte para buscar novos investimentos e parcerias internacionais, além de ter acesso a uma base de clientes maior nos Estados Unidos e em outros mercados internacionais.
É importante destacar que, apesar dos desafios burocráticos e complexidades envolvidas, a estruturação de holdings internacionais vale a pena para startups que conseguiram levantar rodadas significativas com fundos de grande projeção.
Nesse sentido, aqui vai uma dica: os fundadores podem optar por buscar escritórios especializados para lidar com a necessidade, gerenciar o processo por conta própria, e cuidar da troca de documentos exigidos, o que pode consumir muito tempo, energia e recursos financeiros.
O que você achou desse processo? Interessante, não?
No próximo tópico, falaremos sobre os benefícios em adotar o flip. Vamos lá?
Quais os benefícios em adotar o processo de flip?
De fato, você deve ter percebido que o processo de flip é muito positivo para as startups, principalmente para expandir seus negócios.
A seguir, listamos alguns benefícios que podem ser alcançados ao adotar o processo de flip numa startup:
Aceleração do crescimento
Uma das principais razões pelas quais muitas startups adotam o processo de flip é para acelerar o crescimento da empresa.
Ao vender a empresa para outra empresa maior ou investidor, a startup pode ter acesso a recursos, experiência e rede de contatos que não teria de outra forma.
Isso pode ajudar a impulsionar o crescimento da empresa mais rapidamente do que se a empresa continuasse operando de forma independente.
Potencial de lucro significativo
O processo de flip pode resultar em um potencial de lucro significativo para os fundadores da startup, uma vez que a venda da empresa pode gerar um retorno sobre o investimento inicial muito maior do que se a empresa continuasse operando de forma independente.
Essa ação pode fazer com que os fundadores consigam atingir seus objetivos financeiros de maneira mais rápida e a ter maior liberdade para explorar novas oportunidades no futuro.
Redução do risco
O processo de flip também pode ajudar a reduzir o risco para os fundadores da startup. Ao vender a empresa, os fundadores podem receber um retorno significativo sobre o seu investimento inicial, o que pode ajudá-los a mitigar o risco de perder dinheiro no futuro.
Além disso, o processo de flip pode ajudar a proteger a startup contra a incerteza do mercado e as flutuações do setor.
Conclusão
Você percebeu que o processo de flip pode permitir aos fundadores realizar um retorno significativo sobre seu investimento inicial, bem como oferecer a oportunidade de explorar novas ideias e projetos no futuro.
No entanto, não é uma decisão simples.
Por isso, é importante que os fundadores avaliem cuidadosamente as implicações do processo de flip e procurem aconselhamento adequado antes de tomar uma decisão.
É essencial considerar fatores como as perspectivas de crescimento da empresa, a cultura da empresa compradora e as oportunidades de desenvolvimento futuro.